Nenhum bolso ou paladar passa sufoco no roteiro gastronômico do Centro do Recife. Da salada à dobradinha, do caldinho de feijão ao bolo de rolo, do caldo de cana ao queijo coalho com mel… todos os gostos são contemplados nos restaurantes no Centro do Recife. Para escolher a opção ideal de café da manhã, lanche ou almoço, nem é preciso andar muito: os estabelecimentos são muitos e ficam próximos uns dos outros, distribuídos pelos bairros do Recife e de São José. A cada esquina, entre pontos turísticos e comerciais, uma nova iguaria pernambucana pode ser encontrada e degustada.

Assim como a música e as tradições culturais pernambucanas, a gastronomia do estado recebeu influência de diferentes povos e misturou receitas derivadas, sobretudo, das culinárias africana, portuguesa e indígena. São tantas “especialidades da casa”, que fica até difícil escolher por onde começar. Do sofisticado Restaurante Leite (cuja história você pode conferir AQUI), o mais antigo em funcionamento no Brasil, aos corredores do Mercado de São José, não faltam opções. E antes que a fome aperte enquanto você se decide entre os restaurantes no Centro do Recife, preparamos um roteiro certeiro com comidas típicas da culinária local.

Uma fatia de bolo de rolo pode salvar seu dia em um dos restaurantes no Centro do Recife

Motivo de orgulho e debates acalorados (“é bolo ou rocambole?”) para os pernambucanos, o bolo de rolo é uma receita típica da culinária local. Em 2008, foi reconhecido como patrimônio imaterial de Pernambuco. Feito com ovos, farinha de trigo, manteiga e açúcar, é tradicionalmente recheado com uma camada de goiabada derretida e enrolado de forma semelhante a um rocambole, mas com camadas muito mais finas.

Facílimo de encontrar em diferentes lanchonetes e restaurantes no Centro do Recife, o bolo de rolo nasceu como uma adaptação de um bolo português conhecido como “colchão de noiva”, que era um pão de ló recheado com amêndoas. No Recife, os portugueses substituíram a iguaria por goiaba, mais fácil de encontrar nos antigos engenhos da Zona da Mata pernambucana. E foi da técnica de enrolar a mistura que seu nome surgiu.

Ao longo dos anos, foram sendo produzidas diferentes adaptações do bolo de rolo tradicional. No Centro do Recife, você encontra versões recheadas com chocolate derretido, doce de leite, creme de morango, creme de ameixa, creme de café, entre outros sabores. Para ficar ainda melhor, muitos restaurantes servem o bolo de rolo acompanhado de sorvete de creme e uma generosa fatia de queijo do reino. Não deixe de experimentar!

Na dúvida, aposte na versatilidade do feijão

Para uma dose de ânimo extra, que tal um caldinho de feijão preto? Nos menus dos restaurantes do Centro do Recife, ele é item obrigatório e está entre as entradinhas mais pedidas. Pode ser acompanhado de bacon ou charque tostadinhos, ovo de codorna e um pouco de cebolinha para finalizar. Impossível não gostar!

Mas se a fome é grande, um caldinho não resolve. Hora de experimentar outro prato famoso na culinária local: a feijoada. Mistura de feijão-preto cozido com diferentes peças de carne suína e bovina, é tradicionalmente acompanhada de arroz branco, couve refogada no azeite e, para quem curte a mistura entre doce e salgado, laranja cortada em fatias. Pouca gente sabe, mas o primeiro registro histórico relacionado à feijoada como a conhecemos foi feito aqui, no Recife, numa edição do jornal local Diário de Pernambuco, ainda no século 19.

Aposte no arrumadinho e prove as iguarias regionais

Passear pelo Centro do Recife e não se deliciar com uma porção de macaxeira acompanhada de carne de charque acebolada é uma missão impensável para muita gente. Pelas ruas do Bairro de São José, o cheiro da charque assando é suficiente para atrair todas as atenções. É ela que protagoniza, ainda, um dos pratos mais pedidos da região: o arrumadinho. Como o nome sugere, é chamado assim porque costuma ser apresentado com os ingredientes “arrumados” e próximos, para que cada um faça sua própria mistura antes de comer. Tradicionalmente, combina charque, vinagrete, farofa e feijão verde. No restaurante, peça manteiga de garrafa para finalizar.

Na lista de iguarias imperdíveis, entram também a carne de bode e o bobó de camarão. A primeira, típica das cidades do Sertão pernambucano, tem sabor marcante e característico. Ganhou popularidade entre os sertanejos por suportar a aridez daquelas terras e ter um custo mais acessível do que a carne bovina, facilitando o consumo local e a criação por pequenos produtores. Vale lembrar, ainda, que a carne caprina tem baixo teor de gordura: perfeita para aquele dia de retomar a dieta. Cai bem com feijão-verde, macaxeira frita, arroz, farofa, batata inglesa, entre outras combinações. O bobó de camarão, por sua vez, é uma herança da culinária africana. Cremoso, é preparado com camarões, leite de coco, temperos variados e, tradicionalmente, usa como base de sua consistência um purê inhame ou macaxeira. Um arrozinho branco para acompanhar e, pronto!, refeição garantida e fome saciada.

Uma tapioca cai bem a qualquer hora do dia

Entre uma compra e outra pelas lojas do Centro da cidade, uma tapioca sempre cai bem. Feita a partir da goma de mandioca (uma espécie de farinha), a tapioca era parte importante da alimentação do povo brasileiro durante o processo de colonização do país. Em Pernambuco, era usada como principal substituta do pão. E até hoje é assim. Pode ser encontrada nas versões doce e salgada, recheada com qualquer ingrediente que você imaginar. Entre os restaurantes do Centro do Recife, não vão faltar opções de tapioca com recheio de brigadeiro, doce de leite, morango ou banana. Além das recheadas com queijo, frango desfiado, presunto e calabresa. Comece pela mais tradicional: tapioca com coco. Que ganhou versão com leite condensado para complementar.

Dica bônus: experimente o incomparável Bolo Souza Leão

O povo pernambucano não é considerado bairrista à toa, concorda? O Bolo Souza Leão é mais um prato típico da culinária local do qual se orgulham os pernambucanos. Foi eleito patrimônio imaterial do estado antes mesmo do bolo de rolo. Também inspirado num doce da gastronomia portuguesa, teve os ingredientes europeus substituídos por matérias-primas locais e, por isso, leva farinha de mandioca no lugar da farinha de trigo tradicional. Conta-se que o nome deriva de uma pernambucana chamada Rita de Cássia Souza Leão, que popularizou a receita como a conhecemos hoje e vivia em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Macio e doce na medida, é a sobremesa ideal para um passeio gastronômico pelo Centro do Recife.

É ou não é uma das culinárias mais ricas e democráticas do Brasil? Além de pratos genuinamente pernambucanos, a gastronomia do Centro do Recife também oferece sua versão personalizada de pratos populares em diferentes regiões do país. A cada passeio pelo centro da capital pernambucana, vale a pena saborear mais um pouco da culinária local.

Para saber mais sobre o circuito gastronômico local e conhecer outros restaurantes do Centro do Recife, entre serviços e pontos turísticos, navegue pelo nosso guia digital.